Sabia ela que o fim estava próximo.
Dollores falava sozinha, todas as noites, só pra assimilar o decorrer do dia. Por vezes falava de coisas tristes, outras de coisas alegres, desejos e realisações. Dollores sabia o que dizia, a sabedoria pra ela era sinônimo de imaginação.
- Se quisesse saber das coisas, sairia pela rua recitando um livro, todos recitariam livros! Minha vontade é de escrever um. Um dia, as pessoas sabias gritaram minhas falas pela rua.
Dollores era incontrolável, até para si mesma, as vezes sentia que algo a puxava pra frente e pra traz, dependendo de onde a queria, e muitas vezes a colocavam no pior dos lugares. Aquele mais sujo e incomodo, ou simplesmente vazio. Esse era pior no mundo.
Muitas vezes, pobre Dollores ouvia o que não queria e até chegou a rir das coisas que odiava, ria até do eu maior medo no mundo, só pra parecer não se importar, sem se preocupar com força.
- Não preciso ser forte...
Dollores morava no andar térreo de uma casa quase vazia, com poucos moveis enormes, uma decoração transparente,seu nome estava escrito em cada comodo da casa, mais ainda na cozinha, ela odiava a cozinha. Tinha vizinhos barulhentos e via vultos vindos de uma casa pequena na rua de traz. Dollores odiava aquela casa, era assustador só de pensar que varias pessoas consiguiam viver numa casa tão pequena.
- Eles nunca se cansam deles mesmos?!
A casa era movimentada, tanto no meio quanto no fim da semana. Da casa de Dollores podia-se ouvir tudo que acontecia na vizinhança, em espacial naquela casa. O som das pessoas se movimentando não era fora do normal, nem estrondoso, o que mais chamava a atenção na verdade, era o silencio na casa de Dollores. Por tal motivo, nunca se sabia quando ela estava em casa, durante a noite as luzes continuavam apagadas,e quando dia, as janelas fechadas.
- O ar não circula aqui, mesmo se escancarassem as janelas, abri-las só vai fazer piorar o cheiro de mofo. Esse cheiro já estava aqui antes de mim.
Que venham as outras partes.
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