Durante uma vida não se deixou abater, quando pequena gostava de desenhar paisagens, desenhava até que bem, mas nunca se interessou realmente então se cansou.
Lia os livros mais interessantes que achava na estante do pai, o que era raro e quando acontecia lia de três a duas vezes a mesma pagina, ao olhar pra ela lendo, até se via algum problema. Mas só ela sabia que lia e relia, apenas pra prolongar o livro, e nesse tempo de espera aproveitava para intende-lo melhor. Até que intendia, derrubava sozinha as possíveis indagações que fazia em silencio e em silencio aprendia, aprendeu que terra é terra, que água é água, e que o vinagre não se mistura com o azeite, o tipo de coisa que todo mundo deve sabe, se não, não sabe de nada. Ela sabia mais do que devia, tanto que imaginava mais do que o normal, e consequentemente sofria. Quando se intende o que não deve intender, a confusão é apenas consequência, as aparências ficam evidentemente óbvias e irritadiças, as pessoas revelam a hostilidade que só deveria ser percebida com mais tempo e ao contrario do que dizem, é o conhecimento que assusta. Ao pensar melhor vê-se que se você não intende não teme pois é essa ignorância que as vezes te mantém corajoso. O que se aprende mais cedo, alem de formar covardes desfigura a criança que esses tais desejarão ser depois de velhos e se fazem patetas. Estes mesmos que escrevem livros tão apaixonantes, que as vezes desejamos ter nascido antes.
Quando ela percebeu que se encaixava nesse termo, tentou viver como vivem garotas novas, sem saber que estava antecipando um sentimento antigo.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Detalhes.
Se encontraram em um dia qualquer, para ambos, ambos não apreciavam o dia. Totalmente diferentes em pequenos e discretos detalhes, esses mesmos detalhes que sozinhos podem ser totalmente insignificantes, mas juntos são essenciais para se determinar uma personalidade. Assim como eles seus detalhes eram únicos, mas nem sempre proveitosos, aqueles detalhes em excesso que chagam a ser irritantes.
No dia 20 e alguma coisa de um ano bissexto...
Ela vivia como se estivesse parada, esperando o sol se por vulgar até em sua respiração, ela adorava ser assim "vulgar" só por enganar e decepcionar, vivia como se sonhasse e tudo que fazia, fazia por achar que não passava de um sonho e que acordaria em breve, controlava sua vida como um, assim nas primeiras palavras ouvidas, já se decepcionava multidões evitando desperdício de tempo e até de palavras, deixava o tempo passar, desperdiçava o máximo possível, era só isso que fazia em sua vida, pois temia ter de fazer mais. Porem dentro desse imenso desperdício conseguia saber de uma vida por algumas frases apenas, poucas palavras bastavam para que ela pegasse no ar detalhes, aqueles que é preciso anos para reparar.
Ouvia os sonhos, os traumas, felicidades e angustias, em uma curta frase de vinte palavras, quase sempre interrompia as pessoas na palavra numero quinze por dispensar repetitivos e cansativos detalhes.
Ele, uma figura singular, um autentico megalomaníaco, tolo, apagava os vários livros que leu em um simples olhar inconveniente, sua essência era de uma criança mimada e mal educada como se uma opinião fosse um brinquedo velho que ele não brincava a anos, e quando alguém dizia o contrario de seu pensamento, fazia escândalos absurdos mesmo sem averiguar se essa opinião era certa ou errada, como se tivessem roubado seu brinquedo.
Era um homem também cheio de detalhes, fascinantes até se vistos em quantidade e ordem certa, mas como os detalhes gritavam mais do que seu conjunto, era quase que impossível vê-los como belos, pobre homem. Para a desventura dos dois, se encontraram de um jeito brusco e desagradável, ela indo para casa e ele apenas vagando pela mesma rua, no principio a vulgaridade daquela garota com um jeito misterioso sagas chamou a atenção dele que em seu "saber supremo" a analisou por completo e se enganou profundamente, pobre homem, a viu totalmente superficial e indefesa, precisando apenas de entendimento, uma pobre alma capas de grandes coisas mais em seu egoísmo mor sabia que a imagem que fazia dela nada mais era do que um desejo de ter uma coisa a se dedicar, então a "coitada" coisa que ela não tinha nada lhe pareceu a opção mais agradável. Ela no principio, percebendo as carências do rapas, até pensou em aproveitar do pobre, mas viu por sua conversa e excesso de informações que ele só lhe traria problemas, então depois de meia hora de conversa totalmente intelectual, digamos que chata e repetitiva, onde as palavras especificas escolhidas com cuidado só ajudavam e reforçavam explicitas intenções e expectativas do rapas. Decidiu por influencia da sua imensa percepção abrir seus olhos e poupa-lo de maiores demonstrações indignas de carência, começou a analisar os detalhes mais profundamente, não havia prestado muita atenção no começo, por isso teve que induzi-lo a repetir mais ainda o que já tinha falado, e tirou suas conclusões.
Realmente não havia nada de proveitoso, e acabou com aquela tortura de um jeito tão brusco quanto o começo dela, assim pode retornar a sua vida repetitiva e cheia de detalhes!
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terça-feira, 4 de agosto de 2009
A janela!
Em um dia que estava mais escuro do que o normal, Hellena pegou uma folha de papel e foi-se a escrever, era praticamente impossível saber o que ela estava escrevendo.
A expressão de seus olhos e boca eram as mesmas, como se uma completasse a outra. Parecia aquela mesma Hellena de todos os dias, mesmas roupas, mesmos sapatos, hábitos e olhares.
Olhava pela janela a cada linha que escrevia, amassava uma folha a cada duas linhas, pegava outra, escrevia mais duas e amassava como as outras mil falhas que já estavam no lixo.
Sua mãe chegou em casa cansada, ligou a musica predilecta no quarto, passou na frente do quarto de Hellena, viu que ela estava escrevendo com a mesma dedicação de sempre e resolveu não atrapalhar. Entrou debaixo do chuveiro pretendendo não sair de lá tão cedo.
E Hellena com o olhar de sempre, não só o olhar, mas também o mesmo, o bâtom vermelho que havia pegado escondido de mãe umas duas semanas atrás, esta já tinha o costume de ver a filha usando. Hellena pensava enquanto escrevia, já escreveu muitas coisas em sua curta vida, Hellena sempre dizia que escreveu mais do que viveu, e muito provavelmente estava certa no que disse, tinha mais cadernos escritos de seu punho do que anos de vida, e se orgulhava muito disso!
A mãe de Hellena também escrevia cadernos quando tinha a sua idade, mas não tantos quanto Hellena havia escrito "...e quando começava não parava mais..." sempre dizia a mãe de Hellena quando conversavam. Depois que de se casar ainda escrevia algumas coisas, mas com a correria do trabalho e com a morte do marido, deixou de escrever definitivamente.
Naquele dia a mãe de Hellena tomou um banho demorado, Hellena tentou esperar um pouco até que a mãe saísse, mas não podia, achava que já estava atrasada, deixou o bilhete que gostaria de entregar pessoalmente encima da cómoda onde escrevia e fez o que ia fazer.
A sua mãe saiu exatos cinco minutos depois de Hellena a esperar na porta do banheiro, falou sozinha por uns dois minutos até que percebeu que estava sozinha em casa, chamou por Hellena sem resposta, entrou no quarto e viu o bilhete que dizia.
" Esse é o melhor que posso fazer por mim ... "
Seguido de um desenho alegre de uma menina feliz, isso tranquilizaria a mãe se não fosse a marca molhada encima do papel, logo em seguida se tomou de um desespero cortante, e do medo do pior, assim que a primeira gota chegava ao meio de sua face, ouviu o som da campainha tocar, correu e atendeu a porta, desmoronou assim que o zelador do condomínio pronunciou em um tom aflito e horrorizado.
- A Hellena...
Foram essas poucas palavras que gritavam em sua mente que lesse agora os cadernos de sua filha, e nem se preocupou em ouvir o resto da frase, deu um grito e correu para o quanto da filha, onde o vento revirava as paginas do caderno ainda incompleto, na ultima folha se estabelecia a tragédia, a frase mais cruel do que a do zelador.
" E no desejo de voar estendeu suas fracas asas e se foi. Pela eternidade as manteve abertas! Porem não saiu do chão."
Que se seguiu de lágrimas e na corrida desesperada da mãe até a janela, que do 19º andar, via o corpo de Hellena espalhado no chão.
A expressão de seus olhos e boca eram as mesmas, como se uma completasse a outra. Parecia aquela mesma Hellena de todos os dias, mesmas roupas, mesmos sapatos, hábitos e olhares.
Olhava pela janela a cada linha que escrevia, amassava uma folha a cada duas linhas, pegava outra, escrevia mais duas e amassava como as outras mil falhas que já estavam no lixo.
Sua mãe chegou em casa cansada, ligou a musica predilecta no quarto, passou na frente do quarto de Hellena, viu que ela estava escrevendo com a mesma dedicação de sempre e resolveu não atrapalhar. Entrou debaixo do chuveiro pretendendo não sair de lá tão cedo.
E Hellena com o olhar de sempre, não só o olhar, mas também o mesmo, o bâtom vermelho que havia pegado escondido de mãe umas duas semanas atrás, esta já tinha o costume de ver a filha usando. Hellena pensava enquanto escrevia, já escreveu muitas coisas em sua curta vida, Hellena sempre dizia que escreveu mais do que viveu, e muito provavelmente estava certa no que disse, tinha mais cadernos escritos de seu punho do que anos de vida, e se orgulhava muito disso!
A mãe de Hellena também escrevia cadernos quando tinha a sua idade, mas não tantos quanto Hellena havia escrito "...e quando começava não parava mais..." sempre dizia a mãe de Hellena quando conversavam. Depois que de se casar ainda escrevia algumas coisas, mas com a correria do trabalho e com a morte do marido, deixou de escrever definitivamente.
Naquele dia a mãe de Hellena tomou um banho demorado, Hellena tentou esperar um pouco até que a mãe saísse, mas não podia, achava que já estava atrasada, deixou o bilhete que gostaria de entregar pessoalmente encima da cómoda onde escrevia e fez o que ia fazer.
A sua mãe saiu exatos cinco minutos depois de Hellena a esperar na porta do banheiro, falou sozinha por uns dois minutos até que percebeu que estava sozinha em casa, chamou por Hellena sem resposta, entrou no quarto e viu o bilhete que dizia.
" Esse é o melhor que posso fazer por mim ... "
Seguido de um desenho alegre de uma menina feliz, isso tranquilizaria a mãe se não fosse a marca molhada encima do papel, logo em seguida se tomou de um desespero cortante, e do medo do pior, assim que a primeira gota chegava ao meio de sua face, ouviu o som da campainha tocar, correu e atendeu a porta, desmoronou assim que o zelador do condomínio pronunciou em um tom aflito e horrorizado.
- A Hellena...
Foram essas poucas palavras que gritavam em sua mente que lesse agora os cadernos de sua filha, e nem se preocupou em ouvir o resto da frase, deu um grito e correu para o quanto da filha, onde o vento revirava as paginas do caderno ainda incompleto, na ultima folha se estabelecia a tragédia, a frase mais cruel do que a do zelador.
" E no desejo de voar estendeu suas fracas asas e se foi. Pela eternidade as manteve abertas! Porem não saiu do chão."
Que se seguiu de lágrimas e na corrida desesperada da mãe até a janela, que do 19º andar, via o corpo de Hellena espalhado no chão.
sábado, 1 de agosto de 2009
Por mais um minuto.
Quando ele ficava triste, pedia a si mesmo mais um minuto pra respirar. Não que isso fosse resolver, ele sabia que não ia, e não era essa a sua intenção. Pedia um minuto a mais só pra ver se algum de seus pedidos era realizado. Para alguém que era acostumado a pedir, um a mais, um a menos, não fazia diferença.
Sempre pedia "por favor", "com licença", " me ajude", entre outras coisas... E muitas vezes, quase todas, esses pedidos não eram realizados. Mesmo assim ele insistia em seus vãos pedidos.
Um dia parou pra pensar no porque de seus pedidos não serem realizados, varias coisas passaram por sua cabeça.
- Talvez eu peça baixo de mais, ou eu falo tão enrolado que ninguém consegue entender, ou então eu não peço direito, ou peço fora de hora. Talvez não deveria pedir mais! Não mais pedir?
Mas ao responder essa pergunta, viu o verdadeiro motivo de pedir tanto, e que sem este motivo, perderia mais do que tempo!
E pediu a si mesmo mais um minuto!
terça-feira, 28 de julho de 2009
O cuidado com as palavras!
Susane era uma garota inteligente, com 6 anos de idade, escrevia o nome de todos os membros da família...
" Humbert... Felipe.... Karine... Susane..."
Susane era uma garota criativa, adorava historias de fadas, duendes, bruxos, tanto bons quanto maus, e escutava com atenção a voz da mãe dez do "Era uma vez.." até o "... e então a feiticeira má..." o que frustrava suas tentativas de faze-la dormir, e a obrigava a incrementar as historias fechando as lacunas dos próprios autores.
- Mas mãe a bruxa não era imortal!?
- Sim querida, mais o príncipe conseguiu mata-la com uma espada especial que quebrou o feitiço de imortalidade da bruxa!
- Ah! Boa noite mãe!
- Boa noite Susane, durma bem!
A mãe de Susane não inventava as explicações para se livrar de mais perguntas, fazia isso porque achava cruel deixar a pobre menina ser corroída pela curiosidade proveniente de um descuido do autor de livros infantis, então mentir não seria tão mau assim. Apesar de não gostar de mentiras, não achava que era mentir modificar e incrementar algo que foi inventado e certamente não era, por isso dormia tranquila durante a noite. O que não apagava o fato de que Susane , não acreditar em nada do que a mãe dizia.
" Humbert... Felipe.... Karine... Susane..."
Susane era uma garota criativa, adorava historias de fadas, duendes, bruxos, tanto bons quanto maus, e escutava com atenção a voz da mãe dez do "Era uma vez.." até o "... e então a feiticeira má..." o que frustrava suas tentativas de faze-la dormir, e a obrigava a incrementar as historias fechando as lacunas dos próprios autores.
- Mas mãe a bruxa não era imortal!?
- Sim querida, mais o príncipe conseguiu mata-la com uma espada especial que quebrou o feitiço de imortalidade da bruxa!
- Ah! Boa noite mãe!
- Boa noite Susane, durma bem!
A mãe de Susane não inventava as explicações para se livrar de mais perguntas, fazia isso porque achava cruel deixar a pobre menina ser corroída pela curiosidade proveniente de um descuido do autor de livros infantis, então mentir não seria tão mau assim. Apesar de não gostar de mentiras, não achava que era mentir modificar e incrementar algo que foi inventado e certamente não era, por isso dormia tranquila durante a noite. O que não apagava o fato de que Susane , não acreditar em nada do que a mãe dizia.
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